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Liberdade imobilizada

É sabido que a intenção da esquerda em todo o mundo sempre foi a obtenção de poder desmedido e desenfreado e, para isso, seria necessário que focos de poder independentes do poder estatal fossem imobilizados ou até mesmo silenciados caso não fosse possível a cooptação ou subversão dos mesmos. As estratégias para isso são as mais variadas e atacam principalmente os poderes bélico individual, econômico, religioso, de informação e de livre reunião (este não deixa de ser um foco de poder, pois a junção de indivíduos tem o poder de fazer circular ideias).

Em todos os países em que a esquerda possui uma boa quantidade de meios de ação, todas essas ações foram de alguma forma movimentada a diante nos últimos tempos, independente do que fora alegado para que determinada ação fosse levada à frente. Seja por medidas restritivas ao armamento civil, seja pela estratégia “Cloward & Piven” (economia), seja pela Teologia da Libertação (religião), seja pela compra da imprensa oficial, pelas tentativas de calar a internet (informação) ou pela restrição do direito de ir e vir, invariavelmente a esquerda vem há tempos minando focos alternativos de poder.

Em todas essas frentes de combate começaram a aparecer resistências muito, mas muito fortes e competentes, desempenhando papéis de extrema importância de forma a não apenas frear o avanço da ameaça, mas em alguns casos até mesmo inverter o sentido do vetor dominante. Foi essa mudança completa no senso comum em diversas áreas da vida humana que culminou na eleição d Jair Bolsonaro, o primeiro presidente verdadeiramente de direita no Brasil, e não as alegações infundadas que este havia vencido por causa da facada (por sentimento de pena), por causa de fake news, por ser um voto de protesto ou por qualquer outro motivo alegado. Claro que esses motivos podem ter tido alguma interferência, mas certamente, se houve, foi irrisória no montante total de votos.

Jamais se pode negar o poder de influência do resultado de uma eleição nos EUA, por exemplo, onde houve também essa mudança no governo de esquerda para um governo de direita, porém por lá é normal essa alternância exatamente por existir os dois espectros bem definidos – não houve mudança no senso comum para essa alternância ocorrer. Por aqui não havia essa definição dos dois espectros por simples falta de coro na direita política, o que fazia com que os eleitores, por mais direitistas que fossem, se dividissem em mais à esquerda e menos à esquerda, mas sempre à esquerda, o que acabava fazendo o senso comum permear apenas esse espectro. No entanto, quando há tal mudança no sentido do vetor do senso comum, a sua influência pode ser arrebatadora. Ou melhor, a alternância ocorrida nos EUA pode influenciar a alternância no mesmo sentido em outros países onde já havia tal alternância; já a mudança completa de paradigma ocorrida no Brasil pode influenciar a mudança completa de paradigma em outros países que já estavam dominados pela esquerda no seu imaginário, no seu senso comum, tal como era aqui. E essa mudança e a respectiva influência incomoda muitíssimo mais a esquerda mundial do que a mudança ocorrida nos EUA e sua respectiva influência.

Agora pense em uma luta onde os membros superiores e inferiores são usados tanto como ferramenta de ataque quanto de defesa e também de contra ataque. Os membros seriam análogos às frentes de combate politico-ideológico, cada um possuindo certa medida de independência e certa medida de dependência: quando um lutador ataca com um braço, o outro lutador pode defender e/ou contra atacar com um braço também. Agora pense que, durante a luta, o lutador que estava levando a pior passou desse tipo de luta para o jiu-jitsu, por exemplo, e que não está mais usando combinações de golpes de seus membros, mas está usando o seu corpo como um todo não mais para desferir golpes, mas sim para TRAVAR o adversário (seria o clinch no boxe): onde havia um golpe e uma defesa/um contra golpe, agora há uma supressão geral de forma que o lutador imobilizado é impossibilitado não apenas de atacar, mas também de se defender. Conseguiu imaginar a cena?

Com essa cena em mente, prosseguimos.

Visto que as restrições às armas vinham de encontro ao direito do cidadão comum de possuir armas e, portanto, de se defender diante qualquer tipo de abuso/opressão; visto que a estratégia “Cloward & Piven” tinha o intuito de sobrecarregar o sistema previdenciário ao exigir que o Estado provesse renda a todos os necessitados; visto que a Teologia da Libertação visava corroer por dentro a Igreja Católica ao deturpar sua doutrina; visto que a disseminação de uma “verdade oficial” por parte de uma imprensa comprada (financeira ou ideologicamente falando) é de extrema importância para a construção de uma realidade, por mais paralela que seja essa realidade; visto que CPMI’s, bem como outras iniciativas para acabar com as “fake news”, visam, no frigir dos ovos, o cerceamento da circulação de informação que seja diferente da “verdade oficial”; visto que o cerceamento do direito de ir e vir acaba sendo também uma outra forma de se inibir a circulação de informação, uma outra forma de se inibir revoltas populares, uma outra forma de se implementar a estratégia “Cloward & Piven” e uma outra forma de acabar com a igreja.

Há poucas semanas ainda havia combates em todas as frentes mencionadas mais acima e a direita estava se saindo muito bem e somente por meio de um tipo de providência que se concretizaria um cenário onde a esquerda conseguisse implementar todas as medidas que ela queria implementar e que estava levando uma surra ou, no mínimo, uns bons sopapos ao tentar implementar. No entanto o que ocorre atualmente é como se a esquerda, usando todo o seu “corpo”, tivesse imobilizado a direita por completo e, por causa dessa imobilização, nem mesmo fossem necessárias mais as ações em diferentes frontes que até então eram um pouco tímidas e bastante maquiadas, mas que agora se tornam explícitas. Porém, o motivo alegado para tal “imobilização” é completamente alheio ao combate entre os valores de direita e os de esquerda, mas em prol do “bem comum”. Ou seja, simplesmente se fez, da noite para o dia, o cenário totalmente propício para uma greve geral mundial forçada, para o fechamento das igrejas, para o apartamento social da população, para o aumento do consumo de uma “verdade oficial”, para o inculcamento do medo e do pavor na população e também para a aderência à alcaguetagem, que faz com que um indivíduo dedure o outro por achar que está fazendo a coisa oficialmente correta, mas que muitas vezes é completamente errado e imoral. Tudo,TUDO muito providencial.

Para mim, até o fim de 2018, as obras “A revolução dos bichos” e “1984”, ambas de George Orwell, juntas, formavam a síntese do que era o Brasil. A cerca dos mais diversos aspectos, componentes dos dois livros eram visíveis no Brasil e nos brasileiros em cada canto em que se olhasse. Desde a mentalidade que se deixa levar por ânsias revolucionárias, mentalidade essa embebida na dicotomia “oprimido vs opressor”, observado em muitos animais da fazenda (em “A revolução dos bichos”), passando pelo surrealismo da modificação do presente e do passado para o controle do futuro, chegando nas mais diversas formas de controle total da vida humana, entre outros fatores, tal como em “1984”.

Passada a época de um governo federal de extrema esquerda, assenta-se por lá um de direita – não de extrema, mas de direita, pois nos dois pólos os extremos são marcados por quem usa e abusa de meios criminosos para obter seus lucros políticos e para tocar sua agenda. No entanto, não seria da noite para o dia que toda a estrutura juntamente com sua infraestrutura sumiria, e muito menos que as consequências de suas existências retrocedessem ao ponto de não mais fazer efeito sobre os organismos que respondem aos seus estímulos e nem sobre as mentalidades que já estão dominadas há tempos, mesmo que sem consciência disso.

Na realidade, muito pelo contrário. Toda a infraestrutura, que até o último governo se confundia muitas vezes com a própria estrutura – muitos componentes da infra estavam presentes também na estrutura -(se não entende essa metáfora, tente pensar em um prédio com suas vigas e colunas como sendo sua estrutura e tudo aquilo que está em baixo da terra, dando sustentação a tudo acima, como sua infraestrutura), agora encontra-se cada vez mais infraestruturada e, por isso mesmo, mais longe das vistas da população. Essa falta de visibilidade pode fazer com que a infraestrutura seja esquecida pela maioria a ponto de essa mesma maioria desconsiderar por completo a existência dela. Nada mais conveniente à ela, tal qual é conveniente para a doença que é atacada apenas no seu sintoma e não na sua causa.

Mas voltando às obras de George Orwell, sempre que lembrava delas eu pensava que tratava-se de um cenário completamente distante e muito, mas muito pouco provável de ocorrer na vida real nas mesmas medidas e de forma tão explícita. Por vezes, tentando driblar as impossibilidades impostas pela realidade, eu tentava imaginar um contexto que culminasse em tal cenário orwelliano, mas confesso que nunca consegui imaginar uma forma plausível que colocasse a população em uma posição de completa obediência voluntária, muito menos ainda em uma situação policialesca onde indivíduos comuns delatam outros indivíduos comuns.

Outra obra que me instigou a imaginação nesse mesmo sentido foi o “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, que também trata-se de uma distopia onde o poder é completamente centralizado, se diferenciando de “1984” mais quando se observa o clima temperamental da população, pois não existe aquela tensão patente na população, apesar de existir a repressão, as delações entre indivíduos normais entre outras coisas – em “Admirável mundo novo” fica nítida a preocupação com a sensação de bem estar (não com o bem estar propriamente dito, mas apenas com a sensação), já em “1984” esse fator não é levado em consideração.

Apesar de todas as impossibilidades que a realidade impõe, o que temos aí, na cara de todos, para qualquer um ver é algo que está a um passo das páginas de Orwell e de Huxley. O que nos diferencia de tais distopias é o personagem opressor, que em nossa realidade são as autoridades estaduais e municipais, que acabam tendo suas sanhas autoritárias fomentadas pelos veículos de [des]informação, que por sua vez propagam apenas as sugestões e opiniões em favor e que embasem a supressão da liberdade da população, sugestões opiniões estas gestadas em organismos supranacionais.

E a respeito da arquitetação, das conexões entre os diferentes poderes envolvidos e da motivação inicial de toda essa crise existem indícios que não acabam mais. Provas definitivas certamente existem. Mas tudo isso vir a público, isso eu tenho certeza quase absoluta que não acontecerá, até mesmo porque desde a origem, passando pelos meios [de comunicação], até a chegada nos implementadores, o que azeita toda essa relação é a simpatia ideológica, que varia apenas de intensidade e conforme o medo que cada governante possui da opinião pública ou de outra entidade: quanto mais medroso, mais tirânico ele acaba sendo com os mais indefesos.

Diante todo esse turbilhão, foi aprovada a participação de empresa chinesa em licitação para tecnologia de telefonia no Brasil. A minha esperança é que isso seja como o lutador que está imobilizado e que “afrouxa” a tensão tentando levar o seu imobilizador a se mexer para apertar mais de forma a abrir uma brecha para uma reação já planejada. Rezemos para que seja isso. Caso não seja, que Deus nos ajude.

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